domingo, 24 de maio de 2009

3. Abolição - O processo de extinção do trabalho escravo no Brasil: a resistência de africanos e afro descendentes. Conseqüências e desdobramento: ex


No início do século XIX, com o desenvolvimento da Revolução industrial na Europa e a conseqüente necessidade de aumento de mercados consumidores, ao lado das revoluções sociais que defendiam os princípios de igualdade entre os homens, o regime escravocrata no Brasil, passou a ser duramente atacado.
Os ingleses vinham exercendo forte pressão sobre o Brasil para que fosse abolido o tráfico de escravos, principal elemento de reposição de mão-de-obra escrava no país.
Em 1810, a Inglaterra exigiu de Portugal a abolição do tráfico. Em 1827, quando do reconhecimento da independência, novamente a Inglaterra exigiu essa medida. Em 1831, foi aprovada uma lei extinguindo a tráfico de escravos para o Brasil, porém, o contrabando era intenso, e a lei ficou sem efeito.
Em 1845, o parlamento inglês aprovou o Bill Aberdeen, uma lei que autorizava o aprisionamento de navios negreiros em qualquer parte do oceano. A pressão inglesa determinou que em 1850 fosse aprovada no Brasil a Lei Euzébio de Queiróz, que estabeleceu a suspensão em definitivo do tráfico escravo para o Brasil.
A aprovação dessa lei e a Guerra do Paraguai contribuíram decisivamente para que se iniciasse o movimento abolicionista. Inicialmente a luta pela abolição era feita por clubes que promoviam debates, manifestações e arrecadações de fundos para a compra de alforrias.
No entanto, para que a abolição acontecesse seria fundamental a aprovação de leis, o que era dificultado pela composição do Legislativo brasileiro: a aristocracia rural, proprietária de escravos. A pressão da sociedade sobre os deputados era grande, mas esbarrava num empecilho: o escravo era um “bem adquirido” pelo proprietário, então, deveria ser acompanhada de uma indenização ao seu antigo proprietário.
Depois de uma intensa campanha popular, foi aprovada a Lei do Ventre Livre (1871), ou Lei Visconde do Rio Branco. Por esta lei determinava-se a libertação dos escravos nascidos a partir de então mediante indenização ao fazendeiro ou, se este preferisse, mediante a permanência do negro trabalhando na fazenda até completar 21 anos de idade. Percebe-se claramente o caráter dúbio da lei; “liberta o escravo, mas este continua com o senhor”.
A partir de 1880 o movimento intensificou-se com a ampla participação da sociedade. Alguns grupos abolicionistas radicalizaram, atacando fazendas e libertando os trabalhadores escravisados, como os Caifazes de São Paulo.
Em 1885 foi aprovada a Lei do Sexagenário ou Lei Saraiva-Cotegipe, que determinava a libertação do escravo com idade superior a 65 anos. A aprovação da lei ainda que não representasse muita coisa, tendo um caráter apenas protelatório, provocou a ruptura dos fazendeiros paulistas – que aprovaram a projeto - com a aristocracia tradicional, contrária à lei.
A escravidão estava desgastada e sua abolição definitiva estava por acontecer. A 13 de maio de 1888 foi assinada a Lei Áurea pela princesa Isabel, estabelecendo fim da escravidão no Brasil.

O grande problema da abolição no Brasil é que houve muita preocupação em indenizar os fazendeiros e nenhuma com a situação do negro após a abolição. O resultado foi o fim da escravidão, mas a continuidade da discriminação econômica e social do negros.

Sobre o assunto veja:
http://www.reporterbrasil.org.br/conteudo.php?id=9
http://www.reporterbrasil.org.br/exibe.php?id=353
http://educacao.uol.com.br/historia-brasil/ult1702u63.jhtm
http://pt.wikipedia.org/wiki/Abolicionismo_no_Brasil
http://unegro-pe.blogspot.com/2008/03/em-pauta-o-estatuto-da-igualdade-racial.html
http://pt.wikipedia.org/wiki/Quilombo_dos_Palmares
http://www.suapesquisa.com/historiadobrasil/quilombos/
http://www.terrabrasileira.net/folclore/origens/africana/quilombos.html

Veja os vídeos
http://www.youtube.com/watch?v=_ml4W9uFIPk&feature=PlayList&p=B52EFEAB6C5B000E&playnext=1&playnext_from=PL&index=7
http://www.youtube.com/watch?v=7syv6xDx2uI&feature=fvsr
http://www.youtube.com/watch?v=gRBcwhIAeU4
http://www.youtube.com/watch?v=EKjfUysPFDo
http://www.youtube.com/watch?v=nQNC9n-4OGE&feature=PlayList&p=38C80CD954DA7123&playnext=1&playnext_from=PL&index=70
http://www.youtube.com/watch?v=K1InKHApAwA
http://www.youtube.com/watch?v=yBcajWhOis8
http://www.youtube.com/watch?v=Ma_hC8VMZ-M
http://www.youtube.com/watch?v=QwXyutiXbJA
http://www.youtube.com/watch?v=tCR10LoHJxs



OS CAIFAZES DE ANTONIO BENTO: UM EPISÓDIO DA LUTA ABOLICIONISTA EM SÃO PAULO


28/09/2008
Movimento abolicionistas em São Paulo na década de 1880, quando, depois da morte de Luiz Gama, o antigo promotor, juiz e jornalista Antonio Bento de Souza e Castro assume a direção do movimento, criando grupos de ação direta para promover a fuga em massa dos escravos das fazendas de café, desarticulando a economia escravista e procurando realocar os fugitivos como mão de obra assalariada em outras regiões.
Os agentes desse movimento são os caifazes e os cometas, que, disfarçados como caixeiros viajantes, percorrem as fazendas para organizar arriscadas fugas coletivas ou ousados resgates individuais nas mansões das cidades, encaminhando os cativos, por trem, para lugares distantes. A maioria, porém, demanda o quilombo do Jabaquara, em Santos. Dirigido pelo negro Quintino de Lacerda por escolha dos chefes abolicionistas santistas, pelo Jabaquara chegaram a passar, segundo consta, cerca de dez mil fugitivos nesse período.
Da preparação da fuga à manutenção, defesa jurídica e proteção física dos fugitivos, constrói-se uma vasta rede de cumplicidade e solidariedade que envolve maçons e magistrados, parlamentares e jornalistas, comerciantes, chefes de polícia e outras autoridades, mas também donas de casa, humildes controladores de trens, carroceiros, barqueiros e o povo miúdo das ruas, contando, além disso, com a poderosa capacidade de articulação das confrarias religiosas, de N.Sra. dos Remédios e das irmandades negras do Rosário, Santa Ifigênia e Santo Elesbão, envolvendo assim os próprios libertos e escravos na luta pela abolição.

http://www.museudacidade.sp.gov.br/destaque.php?id=3 – acesso dia 23/05/2009 ás 23h16min

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